FPDE apresenta Plano Estratégico Esports Portugal – Visão 2030
FPDE apresenta Plano Estratégico Esports Portugal – Visão 2030

A Federação Portuguesa de Desportos Eletrónicos (FPDE) divulgou esta semana o Plano Estratégico Esports Portugal – Visão 2030, um documento que define a estratégia para o desenvolvimento sustentável dos desportos eletrónicos no país. O plano propõe a integração desta modalidade no Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo (PNDD), recentemente aprovado, e destaca oportunidades para reforçar a prática desportiva, a inclusão e a presença internacional de Portugal.

Quatro pilares estratégicos

O plano organiza-se em quatro eixos principais, alinhados com os desafios identificados pelo PNDD:

  • Pilar I – Reconhecimento Legal: Obtenção do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva até 2027 e filiação no Comité Olímpico de Portugal até 2028. O objetivo é colocar Portugal na linha da frente da regulação europeia, seguindo exemplos da Suécia, Polónia e Alemanha.
  • Pilar II – Saúde, Educação e Formação: Criação do Programa Nacional de Certificação e Formação para treinadores, árbitros e agentes desportivos, instalação de pólos regionais de educação e definição de padrões de saúde desportiva. Inclui ainda programas de literacia digital e combate a comportamentos tóxicos online.
  • Pilar III – Desenvolvimento Desportivo e Integridade Competitiva: Lançamento do Programa Nacional de Alto Rendimento e criação do Centro Nacional de Alto Rendimento Esports até 2028. Prevê também um sistema de integridade competitiva com tolerância zero a práticas como match-fixing e cheating.
  • Pilar IV – Inclusão e Diversidade: Estabelecimento de 20 centros comunitários até 2029, criação de um Fundo de Acessibilidade, formação de duas seleções nacionais femininas até 2026 e meta de 30% de cargos de liderança ocupados por mulheres até 2028.

Integração com o PNDD

A FPDE identifica pontos de convergência com 18 das 44 medidas do PNDD. Entre os destaques estão:

  • inclusão de pessoas com deficiência, aproveitando o caráter acessível dos esports;
  • promoção da participação feminina, com níveis de paridade superiores aos desportos tradicionais;
  • combate ao sedentarismo jovem, respondendo ao interesse de 73% dos jovens entre os 15 e os 24 anos que consomem conteúdos de gaming.

Declarações da FPDE

Pedro Honório da Silva, presidente da FPDE, sublinha que Portugal tem “uma oportunidade histórica de liderar a regulação europeia dos Desportos Eletrónicos”. Para o dirigente, o plano vai além da competição:

“Queremos usar esta plataforma para promover saúde mental, literacia digital, inclusão social e excelência desportiva.”

O responsável destaca ainda a necessidade de trabalhar em conjunto com instituições públicas e entidades desportivas: “Não queremos construir castelos no ar. Queremos um modelo sustentável que complemente os desportos tradicionais e amplie o impacto das políticas públicas.”

Próximos passos

A FPDE iniciará em janeiro de 2026 uma ronda de reuniões com entidades governamentais, o movimento olímpico e outros parceiros do setor. O objetivo é formalizar protocolos de colaboração e avançar com projetos-piloto ainda durante 2026, antes da implementação plena do programa.

O documento completo está disponível para consulta pública no site da FPDE: